Impregnando madeira com epóxi

Depois de uma pausa devido ao natal e ano novo, retomei o projeto de construir um suporte para as baterias. Faz tempo que estou fazendo isso, para dar uma idéia este post é do começo do projeto.

Enfim, aproveitei o fim de semana para fazer uma das etapas mais trabalhosas: impregnar com resina epóxi os tocos de madeira que escorarão as baterias. Isso é para impermeabilizar a madeira, assim ela não vai apodrecer mesmo estando em ambiente marinho. Grossomodo, o epóxi penetra na madeira na primeira demão, e a segunda demão forma uma camada que cobre a peça.

Aprendi a trabalhar com epóxi uns 6 meses atrás, mas desde então não mexi mais com isso. E na época eu só tinha usado para impregnar os furos de fixação da bússola, e tapei alguns outros furos. Nunca tinha “pintado” uma peça inteira, ou mesmo uma superfície. Isso fica imediatamente claro para qualquer um que veja os tocos de madeira ao vivo e a cores, mas pelo menos as fotos disfarçam um pouco.

O primeiro passo é montar o circo:

bagunça para começar a impregnar

As vítimas estão em primeiro plano, levemente à direita. Dá para ver que são várias peças, e cada uma tem dois furos para os parafusos (sim, tem que impregnar o interior desses furos também). Deu trabalho.

O segundo passo é decidir quanta resina preparar. Não tenho prática e portanto não tenho noção de quantidade. Mas tinha vários tocos para impregnar então imaginei que 120 ml seria uma boa quantidade (vai vendo). Preparar o epóxi significa misturar os dois componentes: a resina e o endurecedor. É uma operação delicada porque há uma proporção a respeitar entre resina e endurecedor, portanto as quantidades têm que ser bem medidas.

Uma vez misturados os componentes, o relógio está correndo: a resina começa a secar e fica gradualmente mais viscosa e grudenta, até o ponto em que não dá mais para usar (é como tentar passar uma fina camada de doce de leite na madeira, enquanto seus dedos e o cabo do pincel estão lambuzados de super-bond). Quando a resina chegou nesse ponto, eu ainda não tinha terminado a primeira demão de todas as peças, então ia ter que fazer em duas etapas. Na verdade quatro etapas, duas para a primeira demão e duas para a segunda. Ia ser um dia longo…

Olhei para o copinho de plástico e vi que não usei quase nada dos 120 ml… Se usei 20 ml foi muito. Aí eu lembrei (ou melhor, fui lembrado) de um detalhe sobre epóxi que eu tinha esquecido: a reação entre a resina e o endurecedor é exotérmica. Normalmente isso não importa muito mas quando você é mané o suficiente para fazer mais de 5 vezes a quantidade de epóxi que precisa, pode virar um problema…

O copinho começou a esquentar. Me perguntei se ia derreter e por via das dúvidas coloquei ele dentro de outro copo. Aí esse outro começou a esquentar, e coloquei mais um copo… Aí resolveu. Não consegui tirar uma foto que mostrasse muito bem a proeza, mas:

SAM_1596Na segunda etapa eu fiz a menor quantidade que era prática de medir, se não me engano 30 ml. Ainda sobrou bastante, mas fazer menos que isso ia ser bem trabalhoso então fiz lotes de 30 ml mesmo.

Quando terminei tudo, era só deixar lá e esperar secar. Mas tinha um grande problema: lembra da história do super-bond? O epóxi enquanto está secando fica muito grudento, muito grudento mesmo (se eu tacasse um toco na parede provavelmente ele ia ficar lá), e depois que está curado é uma cola bastante poderosa. Não ia dar certo deixar os tocos em cima do plástico de um dia para o outro… Enquanto estava trabalhando já dava trabalho desgrudar para passar a outra demão.

Isso era um problema novo para mim, até então eu só tinha impregnado furos na parede. E agora tinha que arranjar um jeito de resolver, não dava pra deixar pra pensar nisso depois. O ideal era fazer um varal e pendurar tudo nele. 🙂 Mas como deixar uma peça separada da outra? Se ficassem encostadas iam colar juntas. Aí eu olhei pros palitos de dente em cima da mesa e pensei “hum, não tem como apoiar os tocos de madeira neles?”. Nada como um pouco de criatividade:

SAM_1593

Isso só funcionou porque os palitos estavam grudando na madeira na hora em que eu deixava eles atravessados nos furos dos parafusos. Antes que eu terminasse meu artesanato, o epóxi já tinha secado um pouco mais e eles já não grudavam. Tive que fazer uma adaptação da técnica, como pode-se ver nesta foto:

SAM_1588

Não me preocupei muito com os palitos de dente grudando porque a área de contato deles com a madeira era pequena, então seria fácil descolar depois… Não foi beeeem assim e em alguns casos tive que usar uma chave de fenda pra tirar uma ponta quebrada aqui e outra ali (dá pra imaginar a qualidade do acabamento).

Ufa, pelo menos terminou né? Foi um dia de trabalho mas agora é só parafusar no suporte. Exceto pelo fato de que os parafusos não passavam mais nos buracos. A espessura das demãos de epóxi deixou os buracos pequenos demais. 😦  E ao contrário do problema das peças grudando no plástico, eu já tive esse problema antes e pelo visto não aprendi a lição. Quando impregnei os buracos de fixação da bússola, aconteceu exatamente a mesma coisa e tive que alargar com a furadeira e impregnar novamente.

Pelo menos eu ia ter que refazer “só” os furos dos parafusos e não todas as superfícies das peças… Mas só no fim de semana seguinte, não dava tempo pra mais nada. Agora eu já sei: para furos em madeira, tem que escolher uma broca de diâmetro uns 2 mm maior que o parafuso.

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2 respostas para Impregnando madeira com epóxi

  1. Nani Numa Boa disse:

    Oiiii…Lindão!!! Adoro ler suas proezas kkkk…!!! Continue firme e forte, pois tenho certeza que o Obstinado, como diz a expressão, ficará zero bala, afinal tanta genialidade deixará ele novinho em folha, isso se ele não se colar todo kkkkkkk………!!!! Mantenha o foco sempre, e quem sabe um dia terás a ajuda novamente do filhão, né???? Fique com Deus. Bjs

  2. ricardo disse:

    Parabéns pelo barco amigo!!

    Bons Ventos

    ricardo – http://veleirogaipava.blogspot.com.br/

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